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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Paris Verão 2011: Dries Van Noten



Dries Van Noten-1Adoro quando Dries Van Noten abre mão de sua paixão e maestria em estampas e toda aquela vibe étnica que geralmente domina suas coleções, para focar-se em outros aspectos de seu trabalho. São em momentos como esse que se vê habilidade (técnica e criativa) em dar cara nova à sua imagem, sem que pareça algo totalmente desconexo de seu repertório.

Para o verão 2011 Van Noten _um dos Belgian Six que revolucionaram a moda nos anos 90_ fez exatamente isso. Concentrou todas suas forças num lindo trabalho de formas (oversized) e tingimentos (deep-dye, que na verdade é só mais um nome complicado para o degradê via tie-dye).

E aí a gente podia ficar aqui analisando como essa coleção passou por todos os pontos que vêm sendo repetido em diversas coleções nesta temporada: os comprimentosmidi, as formas mais afastadas do corpo, a expressão e importância das cores, a simplicidade de modelagem, aquela aparente elegância sem esforço, as incríveis camisas quero-já em diferentes comprimentos e proporções (desde clássica masculina, até chemises cobertos por camadas de tecido transparente), e as calças perfeitas _largas, com corte reto e cintura no devido lugar.

Só alguns blazeres com proporção oversized demais, que acabam imprimindo uma imagem dos anos 1980 não muito desejável, sem o equilíbrio do masculino vs. feminino que permeia toda coleção.

Porém, o melhor está no controle com que Van Noten executa essa coleção. Em como conjuga com cara nova alguns aspectos com qual sempre teve familiaridade ao longo de sua carreira. Quase como uma conclusão do trabalho com formas e alfaiataria que vinha realizando nas últimas coleções, esta apresenta uma expertise quase que absoluta em sua suavidade, delicadeza e precisão.

O oriente que tanto gosta vem então nas formas _jaquetas quimonos com ombros caídos e mangas amplificadas_ e nas estampas florais de uma precisão e delicadeza impressionante. Ainda mais quando essas meio que se confundem com as bases em tingimentos tipo degradê. Sua paixão por tecidos exóticos aparece mais forte no final, quando texturas se fazem presentes de forma discreta. Porém, ao longo de toda apresentação Dries trabalha em cima do denim _alvejado até ficar branco_ e a outros tecidos de base de algodão, assim fazendo o básico parecer sofisticado e vice-versa. Luxo sem frescura.

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